segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

A BEM DA HISTÓRIA DA C.CAÇ.3357

A BEM DA HISTÓRIA DA C.CAÇ.3357

Fomos embarcados no paquete Niassa em 21 de Abril de 1971. 

Nesse dia para além do BAT.3843 tivemos por companheiros de viagem o BAT.3842, militares da F.A.P. e um pelotão de apoio directo. O local de destino da C.CAÇ. 3357 foi Moçambique à Chiringa no Distrito de Tete. Por vezes fico surpreendido com publicações da guerra onde se afirma que Oficiais e Sargentos do quadro não faziam parte da guerra. Como sabemos o nosso Comandante de Companhia Capitão Duarte Salvado da Cunha Raimundo era oficial do Q.E.O. na mesma C.CAÇ.3357 ainda tínhamos mais três 1ºs. Sagentos que nos acompanharam até ao destino acima referido. Um deles passado pouco tempo rumou outras paragens. Estes homens já tinham várias comissões, logo tinham história de guerra. 



Recordo operações a nível de Companhia, estas em rega geral comandadas pelo nosso Capitão, o mesmo fez parte de várias colunas. Por sinal ao inteirara-se de um engenho explosivo instalado pela guerrilha na picada da Chiringa para a Chipera quando debruçado sobre o mesmo sofreu uma emboscada, felizmente sem consequências de maior para Ele. Os 1ºs. Sargentos que nos coube em sorte ficaram com serviços administrativos, no aquartelamento. Se houvesse necessidade de deslocações a Tete, por vezes iriam de coluna raras vezes tal ocorreu. Sabemos que os aquartelamentos eram atacados com material de guerra, de armas pesadas, aqui por sinal também fomos atacados. Não fica bem, publicarem factos com pouca precisão histórica, pois os graduados do quadro estiverem sujeitos às vicissitudes da guerra tal como a maioria dos combatentes. 

Por sinal se quiserem ser cuidadosos, se forem aos registos de guerra, muitos faleceram ou ficaram gravemente feridos. Claro que a maior fatia da guerra imposta, na nossa querida C.CAÇ.3357 foi obra de Oficiais Milicianos, Furriéis Milicianos, Praças com as várias especialidades. Coube aos atiradores, aos condutores, aos enfermeiros e pessoal de transmissões de infantaria e mecânicos autos o esforço enorme de enfrentarem a guerra, com parca alimentação e muito material de apoio muito danificado. tanto nas deslocações pelas picadas, como pelas progressões do terreno em operações militares. Não sou advogado de defesa de ninguém, mas diga-se em abono da verdade, que os homens do quadro fizeram parte do esforço de guerra. Fica mal fazerem publicações de sentido contrário. Alguns Furriéis Milicianos no meu caso como Furriel de transmissões, tive uma actividade de guerra menor, porque a dita especialidade era rodeada de outros afazeres. 

Envio um enorme Abraço a todos os resistentes da nossa querida C.CAÇ. 3357 que nas diferenças de cada um, sujeitos ao S.M.O. conseguimos granjear amizades fortíssimas para o resto das nossas vidas. Um bem haja a todos saúde 

Tudo em nome de Portugal.

Texto de António Fidalgo. CCAÇ 3357

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