Do nosso amigo Mourato, recebi a seguinte mensagem que mais uma vez venho partilhar convosco
São algumas fotografias actualizadas de Chipera e do aquartelamento.
Diz ele assim:
"Depois de fazer imensas tentativas e graças às novas tecnologias lá consegui descobrir uma pessoa que viveu na chipera de 2008 a 2012 e que agora vai lá regularmente.
O pastor Domingos da igreja adventista, é natural de Tete e agora vive no Fingoé
Tem por missão evangelizar os lugares mais remotos do distrito da Maravia onde se inclui o Posto Administrativo da Chipera.
O Fingoé é a capital do distrito da Maravia.
O fingoé já tem luz e telefone há cerca de 6/7 anos.
Há cerca de 15 dias o Domingos esteve na Chipera e acedeu ao meu pedido de tirar umas fotos ao nosso aquartelamento e o resultado é o que vos envio em anexo: 29 fotos do lugar que tanto nos marcou.
Segundo ele me disse a Chipera tem agora cerca de 1.500 pessoas. Isto no núcleo do aldeamento, pois existem mais pessoas dispersas.
Ele vai de moto do Fingoé para a Chipera, embora a picada dê para passar carros, tipo JEEPs.
O pessoal da chipera movimenta-se mais pelo lado da albufeira, onde existem algumas infra-estruturas de pesca artesanal.
Também há um barco, oferecido por estrangeiros, com carreiras regulares para o Songo
Existe uma escola na Chipera com professores que vêm de Tete e da Beira.
Os “moanas” já usam habitualmente roupa normal e andam calçados.
APRECIAÇÃO DAS FOTOS
Pela análise das fotos, vê-se muito pasto e algumas árvores que já cresceram dentro do aquartelamento. Muitas das casas dos sargentos e oficiais assim como as barracas dos soldados estão em deterioração, sem qualquer aproveitamento. Andam a fazer algumas obras dentro do espaço do aquartelamento e outras nas imediações para apoio logístico dos funcionários da administração.
Há uma casa em muito bom estado. Penso ser a casa onde estava o Administrador colonial do nosso tempo e que agora serve de Posto Administrativo e para a escola. Aliás naquele tempo já era o edifício melhor, onde vivia o administrador e o Sargento Currito com a esposa.
As fotos não são assim muito elucidativas, mas dão a conhecer a realidade actual
E as últimas 3 fotos valem por tudo o resto: apesar do tempo, da guerra civil entre a Renamo e a Frelimo que se seguiu após o nosso regresso e que na chipera teve grande intensidade, continua de pé o Monumento que ali deixámos, com o nome de cada um dos que tombaram ainda bem visível, e que guarda para sempre a memória dos nossos 4 mortos que na flor da idade deixaram a vida naquelas terras do fim do mundo, numa guerra completamente desnecessária.
Parabéns ao Chaleira que foi o ideólogo e o “projectista” do monumento.
Fiquem bem, fiquem com a memória dos tempos em que fomos jovens e que tivemos a sorte de chegar a “cacuanas” todos agora na casa dos 64. Com aquela calibragem dos montes do Chipirincuze a dormir no mato vezes sem conta debaixo de intensas chuvadas , ele há lá EBOLA que se meta com a gente!!!
"Cacuanas e moanas" O léxico daqueles dialectos que eu ainda sei!!!!
Mourato
Portalegre
04.09.2014
São algumas fotografias actualizadas de Chipera e do aquartelamento.
Diz ele assim:
"Depois de fazer imensas tentativas e graças às novas tecnologias lá consegui descobrir uma pessoa que viveu na chipera de 2008 a 2012 e que agora vai lá regularmente.
O pastor Domingos da igreja adventista, é natural de Tete e agora vive no Fingoé
Tem por missão evangelizar os lugares mais remotos do distrito da Maravia onde se inclui o Posto Administrativo da Chipera.
O Fingoé é a capital do distrito da Maravia.
O fingoé já tem luz e telefone há cerca de 6/7 anos.
Há cerca de 15 dias o Domingos esteve na Chipera e acedeu ao meu pedido de tirar umas fotos ao nosso aquartelamento e o resultado é o que vos envio em anexo: 29 fotos do lugar que tanto nos marcou.
Segundo ele me disse a Chipera tem agora cerca de 1.500 pessoas. Isto no núcleo do aldeamento, pois existem mais pessoas dispersas.
Ele vai de moto do Fingoé para a Chipera, embora a picada dê para passar carros, tipo JEEPs.
O pessoal da chipera movimenta-se mais pelo lado da albufeira, onde existem algumas infra-estruturas de pesca artesanal.
Também há um barco, oferecido por estrangeiros, com carreiras regulares para o Songo
Existe uma escola na Chipera com professores que vêm de Tete e da Beira.
Os “moanas” já usam habitualmente roupa normal e andam calçados.
APRECIAÇÃO DAS FOTOS
Pela análise das fotos, vê-se muito pasto e algumas árvores que já cresceram dentro do aquartelamento. Muitas das casas dos sargentos e oficiais assim como as barracas dos soldados estão em deterioração, sem qualquer aproveitamento. Andam a fazer algumas obras dentro do espaço do aquartelamento e outras nas imediações para apoio logístico dos funcionários da administração.
Há uma casa em muito bom estado. Penso ser a casa onde estava o Administrador colonial do nosso tempo e que agora serve de Posto Administrativo e para a escola. Aliás naquele tempo já era o edifício melhor, onde vivia o administrador e o Sargento Currito com a esposa.
As fotos não são assim muito elucidativas, mas dão a conhecer a realidade actual
E as últimas 3 fotos valem por tudo o resto: apesar do tempo, da guerra civil entre a Renamo e a Frelimo que se seguiu após o nosso regresso e que na chipera teve grande intensidade, continua de pé o Monumento que ali deixámos, com o nome de cada um dos que tombaram ainda bem visível, e que guarda para sempre a memória dos nossos 4 mortos que na flor da idade deixaram a vida naquelas terras do fim do mundo, numa guerra completamente desnecessária.
Parabéns ao Chaleira que foi o ideólogo e o “projectista” do monumento.
Fiquem bem, fiquem com a memória dos tempos em que fomos jovens e que tivemos a sorte de chegar a “cacuanas” todos agora na casa dos 64. Com aquela calibragem dos montes do Chipirincuze a dormir no mato vezes sem conta debaixo de intensas chuvadas , ele há lá EBOLA que se meta com a gente!!!
"Cacuanas e moanas" O léxico daqueles dialectos que eu ainda sei!!!!
Mourato
Portalegre
04.09.2014
Parabéns ao Mourato por esta iniciativa de tanto mérito e pelo seu comentário tão ajustado
ResponderEliminarAbraço grande do "Maj" Vicente
Tantas vezes fui a Chipera, como destino ou como passagem. Estive na Chiringa e habituei me a ser bem tratado na sede do batalhão. Estas fotos trazem me nostalgia e saudade . Já passou muito tempo, muitas ilusões perdidas, sonhos por realizar, mas muita amizade que perdura ainda hoje com alguns elementos que aí ( Chipera ) perdura. Bem hajam. Abraço. José Teixeira ex alferes da 3357
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