Festejava-se a feira de S.Mateus quando cheguei a terras de Viriato. Tinha vindo de comboio a vapor de linha reduzida por entre montes e vales, atravessando vinhedos imensos. Houve alturas em que as pessoas saíam do comboio para irem apanhar uvas e depois regressavam, tal era a velocidade do mesmo.
Indo eu a caminho de Viseu para o Regimento de Infantaria 14 (terra do nosso comandante Figueiredo), mal sabia eu ao que estava destinado. Aqui a história era outra. Depois de ter aprendido a ser um soldado bem comportado e obediente, já era tempo de mandar em alguém, ao fim de 6 meses certamente que estava apto a comandar!!! Promovido a 1º Cabo Miliciano em 28 de Setembro, sou nomeado para servir na R.M.Moçambique em 10 de Outubro.
Posso afirmar com segurança que foi um dos melhores tempos da minha curta carreira militar. Comandei um pelotão de básicos (63 no total) e finda a recruta foi reconhecido como o melhor pelotão do quartel naquele curso. Não esqueço que tive a ajuda do Silva (cabo). Como eu não entendia nada de armamento, ele dava essa aula e eu a de aplicação militar, onde estava incluída a ginástica. Levantava-me todos os dias às 6h enquanto o Silva ficava na cama.
Em Viseu fazia entre outros serviços Policia da Unidade a chamada PU, percorria a cidade de lés a lés, sempre a pé. Conheci quase todas as “capelinhas”, encontrei velhos colegas de escola e desfiz alguns corações.
Estava eu a começar a gostar desta nova vida, quando sou chamado ao edifício do comando onde me informam que estava convocado para formar batalhão com destino a Moçambique e que devia ir de imediato para Tomar.
E lá vou eu de comboio a vapor até Santa Comba Dão, para depois apanhar o Sud Express que vinha de Espanha com destino a Lisboa.
Um pelotão.....63 militares ?
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