quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A CAMINHO DE CHIPERA

Depois de algumas peripécias, que certamente alguém irá contar mais adiante, eis que somos chegados a Moçambique.
Desembarcámos em Lourenço Marques em 13 de Maio de 1971, altura em que passámos à zona de 50% de aumento no tempo de serviço.

Estivemos em Lourenço Marques, onde efectuámos uma breve paragem. Depois voltámos a embarcar com destino à Beira de onde partimos de comboio para Tete, altura em começámos a contar 100% de aumento no tempo de serviço.
Esta é a estação da Beira. Com uma arquitectura muito moderna para a época.
Na foto estou eu e o Ferreira, na estação da Beira.
Foto enviada pelo Palma na viagem da Beira para Tete, Palma e o Tony
Aqui estávamos nós (eu, o Horta e Simões)
Eis-nos chegados a Tete, na altura a ponte estava em construção, pelo que atravessámos utilizando o batelão existente. Só alguns meses depois é que a ponte estaria em condições de ser atravessada. Fui promovido a Furriel Miliciano desde 6-10-71.
Era frequente nesta altura haverem confrontos entre os fuzileiros, paraquedistas ou comandos. Lembro que aquando da nossa passagem por Tete correu o boato que teríamos dado uma coça num elemento dos comandos ou coisa parecida. Estão mesmo a ver! Tivemos de avisar todo o nosso pessoal para retirarem o crachá amarelo da farda, pois esse era o elemento identificativo e gerador da confusão. Felizmente partimos rápido e sem qualquer contratempo. Como sempre gostava de andar impecável e mais moeda menos moeda as botas andavam sempre brilhantes (coisas que me ficaram de Tavira, vá-se lá saber porquê). Podemos ver o Karim a ler as noticias e alguns soldados que não recordo o nome.
Na ZOT tivemos de fazer o habitual desfile de apresentação e depois partimos com destino a Chipera.
Vista geral do SONGO. Em Estima tinhamos uma companhia de caçadores 3355 que fazia a segurança próxima de CAHORA BASSA.
Por vezes a coluna tinha de abrandar porque naquela altura não haviam detectores e a picagem era feita à mão!
Batelão que fazia as travessias do rio Zambeze. Alguém se lembra do "almirante" Coutinho?
Passagem obrigatória por Cahora Bassa, com visita demorada ao empreendimento. Esta imagem mostra a barragem ainda na sua fase inicial.


O cansaço já se fazia notar. Quem se recorda destas caras?
Palma comentou...
As caras são: 1º Cabo Massapina (condutor auto) - Miguel Delgado (bate-chapas) - Amarelinho Parelho (carpinteiro), infelizmente já falecido - soldado Vilas Boas (condutor auto) - 1º Cabo Cunha (atirador).

Chiboea! Alguém se lembra?
Em Chiboea apresentámos cumprimentos ao então Major dos Comandos Jaime Neves. Neste grupo de valentes soldados podemos ver em cima o Antunes (cozinheiro), o Cap. Rodrigues, o Miranda, eu e outros que já não recordo o nome.
Com Chipera agora cada vez mais perto o cansaço vira ansiedade e ao mesmo tempo alguma curiosidade em querer saber o que nos esperava. As imagens mostram o aspecto da nossa coluna.
Aquartelamento de CHIPERA

3 comentários:

  1. AS CARAS SÃO:
    1º CABO MASSAPINA CONDUTOR AUTO
    " " MIGUEL DELGADO BATE -CHAPAS
    " " AMARELINHO PARELHO CARPINTEIRO (FALECIDO)
    SOLDADO VILAS BOAS CONDUTOR AUTO
    1º CABO CUNHA ATIRADOR

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  2. conheço bem as zonas aqui indicadas, hoje estão melhor organizadas com algumas infra estruturas sociais a funcionar

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    Respostas
    1. Boa tarde meus caros!

      Sou Rafael Ventura, filho do falecido Régulo Chibueia de Chissete(António Ventura, digo com todo respeito, vocês são os verdadeiros heróis, pois na situação de guerra como aquela, quem efectivamente sobreviveu considero de herói.
      Tenho mantido contacto com o Dr. Abílio Mourato, também meu herói, facultou-me muitas informações acerca do meu pai que não conhecí e passou-me uma foto e espero da vossa boa vontade mais informações e inclusive fotografias e vídeos. Sei que V.Excias são portadores de valiosas informações.
      Desejo-vos muita saúde e que Deus abençõe.
      Rafael Ventura- Maputo, aos 16 de Março de 2015- rventura@tdm.mz- 828221270

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