O CANCIONEIRO DO NIASSA é uma colectânea de FADOS, que tem como assunto central a vida dos militares em serviço no NORTE DE MOÇAMBIQUE durante os últimos anos da década de sessenta.
O Fado do Desertor é uma das peças mais bem conseguidas do Cancioneiro do Niassa (colectânea de canções de luta produzida em Metangula, em 1969.
O autor do "Desertor" é o Mário Orlando de Matos Bernardo, na altura médico da companhia de fuzileiros e, hoje, Professor Catedrático de Medicina, jubilado.
Pariu os versos durante uma crise de paludismo, na cama, e ditou-os para serem escritos.
Em síntese, a história é esta.
Do CANCIONEIRO, o "Fado do Desertor", é um fado que pela sua letra poderá ser considerado impróprio para salão! Só interessando a quem tenha algum sentido de humor!
FADO DO DESERTOR
Estava eu na minha terra
Disseram-me vais para a guerra
Bis
Toma lá uma espingarda
E um bilhete p'ro navio
E uma medalha num fio
E uma velha, velha farda
Bis
Após dias de caminho
Estava já muito magrinho
Esfomeado como um rato
Olhei bem só vi palmeiras
Macacos e bananeiras
Entendi, estava no mato
Bis
O furriel e o sargento
Chamavam-me fedorento
Porque me queria lavar
E o alferes e o capitão
Diziam que era calão
Se me viam descansar
Bis
Estava tão farto da guerra
E ao lembrar a minha terra
Fui um dia passear
Numa palhota sozinha
Estava uma preta girinha
Que ao ver-me pôs-se a chorar
Bis
E fiquei com tanta pena
Dessa mocinha morena
Bis
Que fugimos para o mato
Somos um casal feliz
E já temos um petiz
Bis
Que por sinal é mulato
Os autores das letras, que as adaptaram a melodias em voga nessa época, são desconhecidos, apenas se sabendo que pertenciam aos diversos ramos das FORÇAS ARMADAS, nelas ocupando variadas funções e postos.
Esta diversidade de origens, faz contudo realçar uma única temática, facilmente detectada, através de todas as letras. E é nessa unidade que reside, precisamente, o maior interesse folclórico e documental do CANCIONEIRO, como testemunho de uma época e como tradução do sentido daqueles que a viveram.
O Fado do Desertor é uma das peças mais bem conseguidas do Cancioneiro do Niassa (colectânea de canções de luta produzida em Metangula, em 1969.
O autor do "Desertor" é o Mário Orlando de Matos Bernardo, na altura médico da companhia de fuzileiros e, hoje, Professor Catedrático de Medicina, jubilado.
Pariu os versos durante uma crise de paludismo, na cama, e ditou-os para serem escritos.
Em síntese, a história é esta.
Do CANCIONEIRO, o "Fado do Desertor", é um fado que pela sua letra poderá ser considerado impróprio para salão! Só interessando a quem tenha algum sentido de humor!
(dados extraídos de, "Servir Portugal" e "Batalhão 2908".
Estava eu na minha terra
Disseram-me vais para a guerra
Bis
Toma lá uma espingarda
E um bilhete p'ro navio
E uma medalha num fio
E uma velha, velha farda
Bis
Após dias de caminho
Estava já muito magrinho
Esfomeado como um rato
Olhei bem só vi palmeiras
Macacos e bananeiras
Entendi, estava no mato
Bis
O furriel e o sargento
Chamavam-me fedorento
Porque me queria lavar
E o alferes e o capitão
Diziam que era calão
Se me viam descansar
Bis
Estava tão farto da guerra
E ao lembrar a minha terra
Fui um dia passear
Numa palhota sozinha
Estava uma preta girinha
Que ao ver-me pôs-se a chorar
Bis
E fiquei com tanta pena
Dessa mocinha morena
Bis
Que fugimos para o mato
Somos um casal feliz
E já temos um petiz
Bis
Que por sinal é mulato
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